a poesia entra no trem,
maltratada, suja, despenteada.
senta no chão, no cantinho, escondida.
o trem está lotado,
mas ninguém vê a poesia.
nem mesmo a criança com o catavento colorido.
ela suspira, chora de levinho.
ai que o ponto final é eternidade
e o mundo lá fora passa em vôo de tempo.
mas de repente a porta se abre,
entra um homem esbaforido,
com lupa, caderno e lápis na mão!
- Cadê? Cadê? Onde está?
Onde está a poesia?!
ele grita, ao deparar-se com aquela forma-disforme no canto.
abre os lábios em grande contentamento.
com o papel e o grafite começa a sugá-la para dentro de si:
sentimento sentimento sentimento
sentimento [interrupção] sentimento
senti-inter-mente-erupção
o trem segue de luzes acesas,
algumas pessoas,
ao escutarem o homem sussurrar,
jogam-se da janela
e voam para o mundo
com a poesia transtornada dentro do peito.
pripri
domingo, 9 de agosto de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Hmmm... interessante, tem trechos muito bons e está bom como um todo! =D
ResponderExcluir:O cool
ResponderExcluirfizeram blog juntas, né